Panicum maximum: história, cultivares e impacto na pecuária brasileira
O Panicum maximum, atualmente denominado Megathyrsus maximus, é uma das forrageiras tropicais mais importantes do Brasil. Sua alta produtividade, excelente valor nutricional e adaptabilidade a diferentes climas fazem dessa gramínea um dos pilares da pecuária nacional.
Neste artigo, vamos explorar a história dessa espécie, as principais cultivares disponíveis e seu impacto econômico no nosso país.
Origem do Panicum maximum no Brasil
O Panicum maximum chegou ao Brasil através de navios negreiros vindos da África Ocidental. Utilizadas como cama para os escravos durante o transporte, essas gramíneas rapidamente se espalharam pelo país, tornando-se uma das principais opções forrageiras para a pecuária.
A cultivar Colonião foi a primeira a ganhar destaque, tornando-se amplamente utilizada entre as décadas de 1960 e 1980, principalmente na Amazônia, onde impulsionou a engorda de bovinos em sistemas extensivos.
Posteriormente, novas cultivares como Sempre Verde, Guiné, Guinezinho, Makueni e Embu foram introduzidas. No entanto, nenhuma delas conseguiu superar a popularidade do Colonião em termos de produtividade e aceitação pelos pecuaristas.
Melhoramento genético e novas cultivares de Panicum maximum
Uma grande revolução no melhoramento genético do Panicum maximum ocorreu em 1982, quando a França forneceu ao Brasil uma coleção de 426 acessos coletados na África.
Essa coleção foi introduzida e avaliada na Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande (MS), por meio de experimentos com diferentes métodos de manejo e avaliação agronômica.
Desde então, novas cultivares foram lançadas no mercado com foco na produtividade, valor nutricional, resistência a pragas e eficiência na utilização de nutrientes. As cultivares mais relevantes incluem:.
- Mombaça (lançada em 1993) – Ainda uma das mais produtivas, com produção de massa seca de folhas 135% superior ao Colonião.
- Tanzânia-1 (lançada em 1990) – Destaca-se pela alta produção de sementes e boa aceitação pelos animais.
- Massai (lançada em 2000) – Apresenta maior cobertura do solo, alta resistência às cigarrinhas-das-pastagens e melhor aproveitamento de fósforo.
- BRS Zuri (lançada em 2014) – Apresenta elevada taxa de crescimento e maior eficiência no uso da água.
- BRS Quênia (lançada em 2017) – Combina alta produtividade com melhor digestibilidade, sendo amplamente adotada em sistemas de pastejo rotacionado.
Mercado de sementes e impacto econômico do Panicum maximum
O mercado de sementes de Panicum maximum segue em crescimento no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM), essa espécie representa aproximadamente 15% do mercado nacional de sementes de forrageiras, movimentando cerca de US$ 40 milhões por ano.
As cultivares Mombaça e Tanzânia-1 continuam sendo as mais vendidas, mas opções mais modernas como BRS Zuri e BRS Quênia estão ganhando espaço devido ao alto desempenho em sistemas de pecuária intensiva.
Benefícios econômicos do Panicum maximum
- Seu uso em sistemas de integração lavoura-pecuária melhora a fertilidade do solo e reduz custos com suplementação alimentar.
- Estudos indicam que sistemas de pastejo com BRS Quênia e BRS Zuri podem aumentar a produção animal em até 30% em comparação com pastagens tradicionais.
- Alta resistência a pragas e doenças diminui os custos com defensivos agrícolas e manutenção da pastagem.
Conclusão
O Panicum maximum é um dos pilares da pecuária tropical brasileira, e seu futuro segue promissor. Com pesquisas constantes da Embrapa e de outras instituições, como a JC Maschietto, novas cultivares continuam sendo desenvolvidas para atender às demandas da pecuária sustentável.
O futuro da espécie no Brasil segue promissor, com a manutenção de pesquisas voltadas ao melhoramento genético e à adaptação das cultivares às novas demandas da pecuária sustentável.
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Referências
- Liana Jank – A História do Panicum maximum no Brasil
- Jank et al., 2021 – Melhoramento genético e evolução do Panicum maximum
- Embrapa Gado de Corte, 2023 – Panorama das forrageiras tropicais no Brasil
- Jank et al., 2011 – Comparação de cultivares de Panicum maximum
- Embrapa, 2022 – Novas cultivares de capins tropicais
- Euclides et al., 2018 – Desempenho animal em cultivares de Panicum maximum
- Embrapa, 2015 – Lançamento da cultivar BRS Zuri
- Embrapa, 2019 – Características da cultivar BRS Quênia
- ABRASEM, 2023 – Mercado de sementes forrageiras no Brasil
- Euclides et al., 2020 – Impacto do Panicum maximum na produção pecuária