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Os custos – e os muitos benefícios – de uma pastagem bem formada

Sementes JC Maschietto

Todos conhecem - ou já ouviram alguma vez – a expressão “análise de custo-benefício”. Trata-se, em linhas gerais, de um conceito originalmente empregado na teoria econômica para avaliar a viabilidade de projetos / investimentos.

Todos os empreendimentos que implicam em dispêndios econômicos para sua implementação são passíveis de ser avaliados quanto ao seu balanço de ‘custo-benefício’.

De maneira simplificada funciona assim: caso os retornos projetados sejam maiores – de acordo com critérios pré-determinados – do que os investimentos necessários para sua execução, um projeto recebe o carimbo de ‘viável’.

É um conceito tão intuitivo que contaminou outras áreas de conhecimento, sendo utilizado para os mais diferentes fins e setores.

O pecuarista pode – e deve – lançar mão dessa ferramenta. Porém, a julgar pelo comportamento prático de parte deles – principalmente nos esforços de formação de pastagem – isto nem sempre acontece...
A pastagem é um elemento estratégico no modelo de produção praticado em países como o Brasil, com clima favorável e disponibilidade de espaço. É voz corrente entre analistas do setor que ela é um fator crítico de sucesso e de competitividade para a pecuária brasileira, que viabiliza uma produção mais saudável e a custos menores.

Porém, é comum encontrar criadores que, buscando minimizar custos e investimentos na formação de pastagem, reduzem ainda mais os retornos / benefícios esperados. Isto pode colocar em risco a viabilidade não só de seu investimento em formação, mas até a viabilidade econômica de sua atividade, já que um pasto mal formado tem sua capacidade de lotação reduzida. E, enquanto isso, os custos fixos da propriedade continuam presentes, clamando por resultados que os cubram...

Há pecuaristas que, ao formar uma área de cana ou milho para cocho ou silagem, seguem com rigor a cartilha de melhores práticas agrícolas, fazendo um bom preparo do solo, corrigindo-o e adubando-o, utilizando semente de qualidade e atentando para o processo de semeadura. Porém, ao formar uma pastagem (base de alimentação de seus animais!), estes mesmos pecuaristas guardam a cartilha na gaveta e seguem o que seus avós faziam...

Por trás deste comportamento intrigante está um conceito totalmente equivocado: muitos acreditam que “braquiária é praga”, e que é só ‘jogar’ sua semente em um solo mal preparado, sem correção e adubação que elas formarão o pasto, a despeito de todas as dificuldades.

Um criador que pensa assim é o mesmo que, poucos anos depois, vê-se diante da necessidade de reformar esta área – já degradada – e é candidato a sempre ser o mais pessimista quanto à viabilidade da atividade pecuária em uma roda de conversa entre criadores.

Nunca é demais lembrar que, diferente de lavouras como milho, a gramínea da pastagem é perene. Ou seja, se bem formada e conduzida, ela pode se manter produtiva por décadas... Assim, um investimento inicial maior, e manutenções periódicas de menor envergadura, podem gerar benefícios durante 20, 30 anos!

Pelo que foi exposto no parágrafo anterior, nem seria necessário entrar na aridez dos números para demonstrar a viabilidade de seu custo-benefício... Porém, a simples menção à palavra ‘custo’ geralmente incomoda, em um cenário de margens apertadas e recursos limitados.

Então, a seguir, apresentamos quais seriam os passos para uma boa formação de pastagem, e seus respectivos custos estimados, para que cada um os confronte com os benefícios esperados em suas propriedades.

Planilha de custos para a formação de 1 hectare de pastagem (1)

(1) Estimativa JC Maschietto

(2) Empreita de serviço, com trator de 120 a 150 HP

(3) Empreita de serviço, com tratores menores

Benefícios de uma pastagem bem formada

Formar uma pastagem seguindo os preceitos técnicos apresenta – como não poderia deixar de ser – custos e esforços. Porém seus benefícios são palpáveis. Abaixo apresentamos algumas formas de calculá-los, para que você as considere de acordo com a realidade de seu modelo de produção, fazendo assim sua própria análise de custo-benefício:

Ação

Benefício

Formas de calcular o benefício

1 - Fazer um bom preparo do solo

Evita a concorrência de plantas daninhas do banco de sementes do solo.

Considere custos posteriores de controle das invasoras – defensivos e operação de aplicação

2 - Corrigir e adubar o solo

Acelera o desenvolvimento das plantas, antecipando em dias / semanas a entrada dos animais

Estime, de acordo com sua realidade de produção, o ganho de peso em arrobas em 4 semanas de antecipação

3 - Utilizar semente de qualidade

Melhora o stand de plantas da área, contribuindo para a perenização da pastagem

Estime o custo de reforma da pastagem, considerando uma degradação da área em 4/5 anos

Evita a presença de sementes de ervas daninhas junto com as de pastagem

Considere custos posteriores de combate das plantas invasoras – defensivos e operação de aplicação

Evita a presença de mistura varietal (outras sementes de pastagem junto com as adquiridas)

Estime o custo de reforma da pastagem, considerando uma degradação da área em 4/5 anos

4 - Realizar a compactação da semente no solo

Ajuda a germinação das sementes e o stand das plantas, antecipando em dias / semanas a entrada dos animais

Estime, de acordo com sua realidade de produção, o ganho de peso em arrobas em 2/4 semanas de antecipação

Diminui a concorrência de plantas daninhas, presentes no banco de sementes do solo.

Considere custos posteriores de combate a pragas – defensivos e operação de aplicação

Custo ou investimento?
Considerando o que foi exposto acima, é possível classificar os dispêndios realizados para a formação da pastagem como investimento – e não custo – na medida em que implicam em ganhos econômicos a serem percebidos em períodos futuros pela propriedade, e não só no período de sua efetivação.

Sendo a pecuária uma atividade de médio / longo prazos, porque avaliá-la com uma visão de curto prazo, ao invés de uma análise panorâmica, que contemple todos os benefícios econômicos ao longo do tempo?
Por tudo o que foi apresentado como argumento até agora fica difícil defender a racionalidade de se fazer uma formação de pastagem sem contemplar os preceitos técnicos discutidos. Evitar um bom preparo do solo tem implicações, assim como abster-se de corrigir ou restituir nutrientes ao solo. Comprar uma semente ‘suspeita’ em troca de um desconto de, digamos 5% (o que representa menos de 0,5% do custo de formação!) pode ter reflexos futuros...

Na gestão da pecuária – assim como em toda atividade produtiva – ser racional em termos econômicos é a melhor forma de garantir a sustentabilidade do negócio. E a história econômica é implacável: costuma premiar apenas os empreendedores que dominam e respeitam os seus preceitos.

 



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