Artigo publicado na Revista JC Maschietto ano 03, no 03, set/2005
Perspectivas e desafios para o agronegócio do leite no Brasil Dr. Newton de Paiva Ferreira Filho
Presidente da Associação Mineira de Criadores de Gado Holandês
Reitor do Centro Universitário Newton Paiva (Belo Horizonte, MG)
e criador e produtor de leite na região de Pains, MG.
Sou presidente de uma Associação que congrega criadores da raça holandesa, raça que mais produz leite e mais vende sêmen e embriões no mundo.
Entendo que isto é, ao mesmo tempo indicativo de perspectivas e gerador de enormes desafios para o agronegócio do leite no Brasil.
Oriunda do Hemisfério Norte, a raça holandesa foi introduzida nas zonas temperadas do Hemisfério Sul e nas regiões mais frias da Mantiqueira, numa época em que sua produção já era grande, porém, não o suficiente para transformá-la numa raça exigente.
Com o aprimoramento genético, a vaca holandesa atingiu níveis extraordinários de produção, mas tornou-se profundamente exigente no tocante ao manejo. E foi aí que se instalou o problema: a vaca aprimorou-se geneticamente, mas o produtor continuou trabalhando o seu manejo de forma tradicional.
NÃO DEU CERTO.
Hoje, vemos que as perspectivas para o agronegócio do leite são cada vez maiores. Além de um mercado interno cujo poder aquisitivo tende a crescer, abrem-se as portas gigantescas do mercado externo, da exportação.
O desafio: firmarmos nosso rumo na vaca de leite, aprendermos a manejá-la, a controlar os seus custos, a obter produtividade, enfim, fazer no leite o que se faz na carne, que exige produtividade permanente. Isto só se consegue com raças especializadas na produção de carne.
É preciso ter produtividade, também no leite, pois isto representará menores custos. Porém, somente será possível atingir essa meta com as raças especializadas e puras.